AMIC foi comunicado no dia 09 de Fevereiro, pelo Serviços de
Migração e Fronteiras, na pessoa do Manjor Carlos Alberto dos Santos, da
preensão de 4 crianças na linha de fronteira (São Domingo) que liga
Guiné-Bissau e Senegal (Zinguinchor).
As crianças do sexo masculino, cujas idades variam entre 13 aos 15 anos,
apresentavam sinais de cansaço, talvez por falta de sono.
O acto da entrega de
crianças à AMIC, teve lugar no dia 11 de Fev. 2012, pelas 11H00 no Gabinete do
Director Geral de Migração e Fronteiras e contou para além da presença do Director
Geral dos Serviços de Migração e Fronteiras, do Instituto da Mulher e Criança
(IMC), representante da AMIC e a cobertura de médias (rádios e televisão).
Na
ocasião, a Srª Iracema do Rosário, presidente do IMC advertiu a opinião pública
nacional sobre a existência da Lei proibitiva da prática de tráfico,
dissimulado em aprendizagem corânica. Disse ainda que os infractores seriam
duramente castigados conforme manda a Lei Anti-Tráfico.
Importa registar um paradoxo nesta declaração, pois as crianças quando
foram apreendidas, afirmaram que era só e não teriam acompanhante. Ou seja elas
sozinhas, decidiram livremente ir para o Senegal, aprender Corão. Quer dizer
que, neste caso não há infractor.
De igual modo o Sr. Ector Cassamá, em representação da AMIC, afirmou que a
missão foi e continua a ser defesa e protecção da integridade física das crianças,
seja ela guineenses, como estrangeiras, desde que a nossa intervenção
justifique. Neste momento, AMIC tem 2 centros de acolhimento para crianças
vulneráveis, sendo um em Gabú e outro em Bissau.
As 4 crianças ora recebidas,
serão automaticamente encaminhadas para o Centro de Bissau, onde irão
permanecer, enquanto se realiza pesquisa com vista a encontrar os seus
familiares.Pelos vistos, o Sr. Fernando Cá estava com uma delegação do UNICEF
que se deslocou para visitar o centro de acolhimento em Bissau, foi naquele
momento que se decorria a entrega de crianças lá nos Serviços de Migração e
Fronteiras.
As crianças foram conduzidas
numa ambulância dos Serviços de Migração, na pessoa do Manjor Carlos Alberto
dos Santos , e foram instaladas no centro pelos Srs. Fernando Cá, Ector Diógenes Cassamá e o Director do referido centro Sr.Almeida Quibumba.
Os 3
responsáveis identificaram as crianças e ao mesmo tempo fizeram avaliação ao
nível da saúde, estado psicológica das mesmas e no contexto em elas foram
intersectadas.
De seguida, o guarda colocou água no banheiro para que elas possam tomar
banhos e repousar ou brincar (jogar matraquilhos) numa das salas no centro,
enquanto a mulher da cozinha se prepara almoço para elas.
O Sr. Almeida
Quibumba, na qualidade do Director do centro, preparou as suas malas e foi
instalar no centro junto às crianças.
Após o banho, houve a sessão de auscultação mais aprofundada, pois no
início, as crianças falavam fula, mas só depois viemos a descobrir que 2 delas
falam Francês e tivemos conversas a respeito das suas vidas e acabamos de
descobrir que já estiveram no Senegal anos atrás. Vem para Guiné, Sessão de
Pelundo para lavrar batata e mancarra, após a colheita, elas voltam novamente
para o Senegal. Em relação a escola oficial, nunca foram tanto na Guiné, como
no Senegal.
Contudo, gostariam de frequentá-la, nem que fosse em simultânea com o
Corão. Uma delas lembrou que o seu mestre lhe tinha batido duramente, aliás
confessaram que os castigos são duros e variáveis no dara (local de
aprendizagem do Corão). Mas, mesmo sabendo destes castigos da parte dos seus
pais, elas são obrigadas a cederem a pressão.
A parte financeira, foi suportada pela ONG-IPHD (Parceiro Internacional
para o Desenvolvimento Humano), no quadro do programa Anti-Tráfico, cujo
Director, Sr. Adrian Balan, já tinha sido informado do assunto antes da
recepção das crianças no centro. Nisso, ele mandou desbloquear a verba para o
efeito (alimentação, roupas, saneamento, pesquisa e localização dos familiares
e eventual entrega).
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